Meus olhos se fecharam, sonhei com a mais bela forma q podia ter sonhado, tinha a impressão que ele me abraçava como alguém que protege, e me beijava como alguém que zela por minha alma, isso logo acabou quando acordei, eram 6:00 da manhã, e o sol nem saíra.Me troquei rapidamente, sem esquecer da minha coroa, e sai correndo pra o cyber café,meus pais não sentiriam a minha falta com tantas novidades sobre o Japão.
A rua estava vazia e os sonhos se misturavam com a realidade fazendo da rua um palco para toda aquela magia.Entrei no Cyber café e sentei perto de um grande vidro onde eu podia ver as pessoas que entravam e pedi qualquer coisa quente no meu japonês improvisado.
Quando o relógio marcava 6:30 eu o vi atravessando a rua, tentei fugir da cadeira mas meus pés se fixaram ao chão e quando dei por mim Hiro estava sentado na minha frente seus olhos fixados aos meus, a mesma jaqueta preta junto com o mesmo impacto q ele causou no dia anterior.
Seus lábios não proferiram som algum durante alguns minutos e então:
- Menina do açucar.. não vai me dizer o seu nome?
Olhei para ele com um certo espanto, ele sabia falar fluentemente o português.
-Como você sabe que eu sou brasileira?
-O modo como pediu a sua refeição ontem, você realmente não pode perder o seu sotaque e a sua mania de falar sozinha enquanto come.
Um leve sorriso fez com que a aparência de Hiro se tornasse tão familiar quanto meus próprios pais.
- Aquilo não era uma mania.-eu disse constrangida
- Conheço uma pessoa só de sentir suas emoções menina.
- E como exatamente minhas emoções o fazem sentir Hiro?
Ele pareceu surpreso com a minha resposta pronta
-Uma mistura de sonhos com infantilidade, mistura ingenuidade com quem conhece muito da vida mas nunca teve a audácia de vive-la.
-E se eu dissesse que você errou?-Falei desviando os meus olhos.
-E se eu jurasse que eu nunca erro?
meus olhos percorreram as partes mais ocultas da face de Hiro, quem ele pensava que era? E como ele me deixara sem respostas?
-Vejo que te deixei sem respostas menina, surpresa?ele realmente se achava superior?
minha reação foi erguer meu queixo, suspirar devagar, me levantar da cadeira, pagar pelo meu consumo, me dirigir a porta e vagar até a porta do hotel.
Os japoneses são conservadores, ele levantou com a mesma simplicidade que a minha, um sorriso entoava toda sua existência, pagou , e apertando o passo me alcançou antes que eu me aproximasse de um banco coberto de neve.
-Te deixei furiosa?argumentou Hiro.
-Você vai precisar se esforçar mais se é isso que você deseja.
-Suas respostas são sempre esmagadoras?
-Suas perguntas são sempre tão banais?
Agora quem o deixou sem respostas foi eu, acho que ele descobriu que não havia a menor chance, e os meios de conquista eram baratos, se ele me deseja, esforçar-se talvez seja a melhor maneira.Enquanto o branco predominava toda rua, todos os bancos, todas as árvores e todas as coisas, Hiro me olhava, e o seus olhos me diziam tudo o que ele não poderia expressar, todo aquele sentimento surgiu como uma avalanche, com medo das minhas próprias ações me virei e ouvi barulhos de pegadas, quando retornei pra dizer adeus não vi mais nada, ele bloqueou todos os meus sentidos antes aguçados, ele desviou qualquer pensamento e como se o vento nos unisse ele me beijou.Todas as coisas concentradas em apenas um gesto, a metade de dois mundos se uniram, e como um baque nos separamos ainda abraçados.
-Sofia.
- eu disse quase num sussurro ele pareceu não entender, seu coração pulsava, e eu o sentia como se fosse o meu.
-Meu nome, Sofia.
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