Eu estava nas nuvens, onde o sol esquentava minha pele e o frio congelava minha barriga, não vi nada quando entrei no quarto minha mãe logo estranhou:
- Filha por que está tão feliz?
- Nada mãe, a neve ... ela é linda não é?
-Sim filha, aproveite porque logo voltaremos, ainda temos 2 dias.
- Como?!-Acho que a minha pergunta soou áspera e sem jeito.
- O acordo? A nova lei, você não se lembra?- Ah lembro sim mãe. – isso me fez cair num mundo de realidade, eu realmente sabia que aquilo era o máximo que poderia acontecer.
E meus olhos desabaram.No dia seguinte conheci vários lugares, e de tarde me sentei na varanda como se não existisse Hiro, ou pelo menos pensei que fosse assim.
-Sofia! Sofia!quando olhei para baixo, me deparei com uma expressão de tristeza, igual a minha mas a sua face teimava em não deixar transparecer o que com clareza eu via.
Saí correndo para fora do hotel, e ele me abraçou com tanta força que pensei que fosse desmanchar em seus braços.
- Eu preciso que você me prometa.
-Prometer o que Hiro?
- Me prometa, me prometa que você vai voltar, me prometa que não vai me esquecer, e me prometa que isso não é um sonho.
Olhei tão fundo nos olhos dele, que podia ver claramente sua alma, tão transparente que me senti constrangida.
- Prometo, prometo, prometo. Eu até juro se for necessário, eu juro pelo céu, juro pela luz, e pelo ar , e se esse for o caso juro por mim mesma como Julieta pediu que Romeu não jurasse pela lua.
Ele me beijou, me pediu que fechasse os olhos, quando os abri eu estava com um colar prateado com um pingente escrito em ouro “ tenchi “ , e ele com uma única rosa branca nas mãos. Peguei a rosa e olhei fixamente no colar:
- O que significa tenchi?
- Você quer realmente saber?
- Sim
- ele me fitou por alguns segundos
- Sofia, você foi a única que me apaixonei, você chegou na minha vida como uma luz que transcorre a escuridão, você sabe que possui asas, mas não faz idéia que sem você eu não sei mais viver...por isso você é meu “ anjo” agora.
Tirei minha tiara , e com um pouco de esforço consegui desmanchar um pequeno tecido azul.
- Esse pedaço de tecido é um pedaço de amor, enquanto você tiver ele junto com você, eu estarei do seu lado...e se posso voar com as minhas asas, é porque eu sei que quando chegar no céu, eu encontrarei você.
Ele sabia que talvez não nos encontraríamos mais, mas ele guardava uma esperança que nem eu conhecia.No dia em que eu parti eu o vi na porta do aeroporto:
- Te vejo no próximo ano?
- as palavras saíram tão baixas que me esforcei pra decifrar o movimento dos seus lábios.Com o mesmo sussurro respondi:
-Sim.- e sorri como se confirmasse a minha resposta.
E então eu entrei no avião, eu mau podia sentir minhas mãos, eu queria estar com ele, estar ao lado dele, eu ainda podia sentir a sua presença. O avião decolou, e a minha respiração ficando mais pesada, como se sem ele eu não pudesse mais respirar.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
III- O sonho e a surpresa
Meus olhos se fecharam, sonhei com a mais bela forma q podia ter sonhado, tinha a impressão que ele me abraçava como alguém que protege, e me beijava como alguém que zela por minha alma, isso logo acabou quando acordei, eram 6:00 da manhã, e o sol nem saíra.Me troquei rapidamente, sem esquecer da minha coroa, e sai correndo pra o cyber café,meus pais não sentiriam a minha falta com tantas novidades sobre o Japão.
A rua estava vazia e os sonhos se misturavam com a realidade fazendo da rua um palco para toda aquela magia.Entrei no Cyber café e sentei perto de um grande vidro onde eu podia ver as pessoas que entravam e pedi qualquer coisa quente no meu japonês improvisado.
Quando o relógio marcava 6:30 eu o vi atravessando a rua, tentei fugir da cadeira mas meus pés se fixaram ao chão e quando dei por mim Hiro estava sentado na minha frente seus olhos fixados aos meus, a mesma jaqueta preta junto com o mesmo impacto q ele causou no dia anterior.
Seus lábios não proferiram som algum durante alguns minutos e então:
- Menina do açucar.. não vai me dizer o seu nome?
Olhei para ele com um certo espanto, ele sabia falar fluentemente o português.
-Como você sabe que eu sou brasileira?
-O modo como pediu a sua refeição ontem, você realmente não pode perder o seu sotaque e a sua mania de falar sozinha enquanto come.
Um leve sorriso fez com que a aparência de Hiro se tornasse tão familiar quanto meus próprios pais.
- Aquilo não era uma mania.-eu disse constrangida
- Conheço uma pessoa só de sentir suas emoções menina.
- E como exatamente minhas emoções o fazem sentir Hiro?
Ele pareceu surpreso com a minha resposta pronta
-Uma mistura de sonhos com infantilidade, mistura ingenuidade com quem conhece muito da vida mas nunca teve a audácia de vive-la.
-E se eu dissesse que você errou?-Falei desviando os meus olhos.
-E se eu jurasse que eu nunca erro?
meus olhos percorreram as partes mais ocultas da face de Hiro, quem ele pensava que era? E como ele me deixara sem respostas?
-Vejo que te deixei sem respostas menina, surpresa?ele realmente se achava superior?
minha reação foi erguer meu queixo, suspirar devagar, me levantar da cadeira, pagar pelo meu consumo, me dirigir a porta e vagar até a porta do hotel.
Os japoneses são conservadores, ele levantou com a mesma simplicidade que a minha, um sorriso entoava toda sua existência, pagou , e apertando o passo me alcançou antes que eu me aproximasse de um banco coberto de neve.
-Te deixei furiosa?argumentou Hiro.
-Você vai precisar se esforçar mais se é isso que você deseja.
-Suas respostas são sempre esmagadoras?
-Suas perguntas são sempre tão banais?
Agora quem o deixou sem respostas foi eu, acho que ele descobriu que não havia a menor chance, e os meios de conquista eram baratos, se ele me deseja, esforçar-se talvez seja a melhor maneira.Enquanto o branco predominava toda rua, todos os bancos, todas as árvores e todas as coisas, Hiro me olhava, e o seus olhos me diziam tudo o que ele não poderia expressar, todo aquele sentimento surgiu como uma avalanche, com medo das minhas próprias ações me virei e ouvi barulhos de pegadas, quando retornei pra dizer adeus não vi mais nada, ele bloqueou todos os meus sentidos antes aguçados, ele desviou qualquer pensamento e como se o vento nos unisse ele me beijou.Todas as coisas concentradas em apenas um gesto, a metade de dois mundos se uniram, e como um baque nos separamos ainda abraçados.
-Sofia.
- eu disse quase num sussurro ele pareceu não entender, seu coração pulsava, e eu o sentia como se fosse o meu.
-Meu nome, Sofia.
A rua estava vazia e os sonhos se misturavam com a realidade fazendo da rua um palco para toda aquela magia.Entrei no Cyber café e sentei perto de um grande vidro onde eu podia ver as pessoas que entravam e pedi qualquer coisa quente no meu japonês improvisado.
Quando o relógio marcava 6:30 eu o vi atravessando a rua, tentei fugir da cadeira mas meus pés se fixaram ao chão e quando dei por mim Hiro estava sentado na minha frente seus olhos fixados aos meus, a mesma jaqueta preta junto com o mesmo impacto q ele causou no dia anterior.
Seus lábios não proferiram som algum durante alguns minutos e então:
- Menina do açucar.. não vai me dizer o seu nome?
Olhei para ele com um certo espanto, ele sabia falar fluentemente o português.
-Como você sabe que eu sou brasileira?
-O modo como pediu a sua refeição ontem, você realmente não pode perder o seu sotaque e a sua mania de falar sozinha enquanto come.
Um leve sorriso fez com que a aparência de Hiro se tornasse tão familiar quanto meus próprios pais.
- Aquilo não era uma mania.-eu disse constrangida
- Conheço uma pessoa só de sentir suas emoções menina.
- E como exatamente minhas emoções o fazem sentir Hiro?
Ele pareceu surpreso com a minha resposta pronta
-Uma mistura de sonhos com infantilidade, mistura ingenuidade com quem conhece muito da vida mas nunca teve a audácia de vive-la.
-E se eu dissesse que você errou?-Falei desviando os meus olhos.
-E se eu jurasse que eu nunca erro?
meus olhos percorreram as partes mais ocultas da face de Hiro, quem ele pensava que era? E como ele me deixara sem respostas?
-Vejo que te deixei sem respostas menina, surpresa?ele realmente se achava superior?
minha reação foi erguer meu queixo, suspirar devagar, me levantar da cadeira, pagar pelo meu consumo, me dirigir a porta e vagar até a porta do hotel.
Os japoneses são conservadores, ele levantou com a mesma simplicidade que a minha, um sorriso entoava toda sua existência, pagou , e apertando o passo me alcançou antes que eu me aproximasse de um banco coberto de neve.
-Te deixei furiosa?argumentou Hiro.
-Você vai precisar se esforçar mais se é isso que você deseja.
-Suas respostas são sempre esmagadoras?
-Suas perguntas são sempre tão banais?
Agora quem o deixou sem respostas foi eu, acho que ele descobriu que não havia a menor chance, e os meios de conquista eram baratos, se ele me deseja, esforçar-se talvez seja a melhor maneira.Enquanto o branco predominava toda rua, todos os bancos, todas as árvores e todas as coisas, Hiro me olhava, e o seus olhos me diziam tudo o que ele não poderia expressar, todo aquele sentimento surgiu como uma avalanche, com medo das minhas próprias ações me virei e ouvi barulhos de pegadas, quando retornei pra dizer adeus não vi mais nada, ele bloqueou todos os meus sentidos antes aguçados, ele desviou qualquer pensamento e como se o vento nos unisse ele me beijou.Todas as coisas concentradas em apenas um gesto, a metade de dois mundos se uniram, e como um baque nos separamos ainda abraçados.
-Sofia.
- eu disse quase num sussurro ele pareceu não entender, seu coração pulsava, e eu o sentia como se fosse o meu.
-Meu nome, Sofia.
II- O começo
Ao amanhecer, escolhi qualquer roupa da minha prateleira, para prender o cabelo amarrei em forma de tiara uma fita azul que ganhara no meu décimo aniversário e que tinha um valor insubstituível.
Descobri que na esquina do hotel tem um cyber café e arrisquei algumas palavras em japonês, acho que deu certo pois comi fartamente só não entendi por que veio uma quantidade de açúcar fora do normal.
Foi em fração de segundos que meus sentidos pararam, e lá estava ele, uma jaqueta preta e calças Jeans surradas, seus olhos puxados eram de um tom mais escuro que os meus, seus cabelos repicados caiam na nuca, não sei muito bem o que aconteceu comigo nessa hora, desviei os olhos rapidamente, tentei me lembrar de outra coisa pra cessar meus pensamentos daquele estranho, sem sucesso.como um reflexo do meu corpo joguei os iens no balcão e sai correndo, assustada com o que eu mesma senti, pela rapidez com que aquele homem invadiu todos os meus pensamentos. Passei a mão em meus cabelos tentando expulsar palavras que ecoavam dentro de mim, quando senti falta da minha fita, fiquei exasperada e voltei correndo ao local onde havia saído não fazia 20 minutos.Mas nada, roubaram a minha tiara em 20 minutos, e eu havia perdido uns dos bens mais preciosos que eu possuía.Cheguei ao quarto me deitei na enorme cama e me lamentei até ouvir a campainha tocar e um bilhete com a minha fita amarrada, não podia ser, quem achou?
Ou quem resolveu me devolver?
foi então que arriscando o meu japonês imperfeito que decifrei as linhas do bilhete
“ para a menina com cheiro de sonhos.
que a coroa volte a sua rainha e que seus olhos...
possam se encontrar com os meus algum dia.”
Hiro
As palavras demoraram a se formar e mais uma vez meus sentidos fugiram de mim.Como isso pode acontecer?
será que era mesmo aquele menino com aparência de homem que a escrevera?
-Inacreditável.
Descobri que na esquina do hotel tem um cyber café e arrisquei algumas palavras em japonês, acho que deu certo pois comi fartamente só não entendi por que veio uma quantidade de açúcar fora do normal.
Foi em fração de segundos que meus sentidos pararam, e lá estava ele, uma jaqueta preta e calças Jeans surradas, seus olhos puxados eram de um tom mais escuro que os meus, seus cabelos repicados caiam na nuca, não sei muito bem o que aconteceu comigo nessa hora, desviei os olhos rapidamente, tentei me lembrar de outra coisa pra cessar meus pensamentos daquele estranho, sem sucesso.como um reflexo do meu corpo joguei os iens no balcão e sai correndo, assustada com o que eu mesma senti, pela rapidez com que aquele homem invadiu todos os meus pensamentos. Passei a mão em meus cabelos tentando expulsar palavras que ecoavam dentro de mim, quando senti falta da minha fita, fiquei exasperada e voltei correndo ao local onde havia saído não fazia 20 minutos.Mas nada, roubaram a minha tiara em 20 minutos, e eu havia perdido uns dos bens mais preciosos que eu possuía.Cheguei ao quarto me deitei na enorme cama e me lamentei até ouvir a campainha tocar e um bilhete com a minha fita amarrada, não podia ser, quem achou?
Ou quem resolveu me devolver?
foi então que arriscando o meu japonês imperfeito que decifrei as linhas do bilhete
“ para a menina com cheiro de sonhos.
que a coroa volte a sua rainha e que seus olhos...
possam se encontrar com os meus algum dia.”
Hiro
As palavras demoraram a se formar e mais uma vez meus sentidos fugiram de mim.Como isso pode acontecer?
será que era mesmo aquele menino com aparência de homem que a escrevera?
-Inacreditável.
I- as férias
Quando comecei a subir as escadas um arrepio me fez parar instantaneamente,
minhas mãos suavam, e um arrepio que começava dos meus cabelos claros de mais até meus pés delicados de mais, meus olhos que eram grandes e pretos se turvaram diante do enorme meio de transporte.Eu nunca havia voado daquela maneira só em meus pensamentos e com minhas próprias asas que eu adquiri com o tempo.
Ao sentar no banco eu senti um alivio e isso durou pouco pois logo o avião estava no ar, e as nuvens passavam por mim tão rápido e as estrelas pareciam tão perto que seria capaz de tocar se não fosse por um vidro que nos separava, meus pais se sentaram na minha frente isso me dava uma certa liberdade, Laura e Carlos eram protetores de mais e na maioria das vezes me sentia presa aos meus próprios 17 anos como uma borboleta sem suas enormes asas azuis.
Ao chegar no hotel liguei a TV sabia falar muito pouco japonês e arrisquei entender o noticiário enquanto arrumava minhas malas. O assunto era uma lei aprovada pelo governo “nenhum estrangeiro pode passar mais que uma semana no Japão. A não ser que seja registrado legalmente”
-Absurdo!
-Absurdo ou não Sofia, temos uma semana, e vamos aproveitar da melhor maneira possível- disse minha mãe tão chateada quanto eu.Depois do jantar fomos conhecer Tóquio, tenho que admitir embora as luzes e os grandes prédios ofuscarem o brilho da lua...essa cidade é fantástica.Me faz ter pena de não poder pisar nesse chão por mais que sete dias.Andamos muito, conhecemos lugares incríveis e fomos dormir exaustos, mas com um enorme sorriso e uma máquina cheia de fotos.
minhas mãos suavam, e um arrepio que começava dos meus cabelos claros de mais até meus pés delicados de mais, meus olhos que eram grandes e pretos se turvaram diante do enorme meio de transporte.Eu nunca havia voado daquela maneira só em meus pensamentos e com minhas próprias asas que eu adquiri com o tempo.
Ao sentar no banco eu senti um alivio e isso durou pouco pois logo o avião estava no ar, e as nuvens passavam por mim tão rápido e as estrelas pareciam tão perto que seria capaz de tocar se não fosse por um vidro que nos separava, meus pais se sentaram na minha frente isso me dava uma certa liberdade, Laura e Carlos eram protetores de mais e na maioria das vezes me sentia presa aos meus próprios 17 anos como uma borboleta sem suas enormes asas azuis.
Ao chegar no hotel liguei a TV sabia falar muito pouco japonês e arrisquei entender o noticiário enquanto arrumava minhas malas. O assunto era uma lei aprovada pelo governo “nenhum estrangeiro pode passar mais que uma semana no Japão. A não ser que seja registrado legalmente”
-Absurdo!
-Absurdo ou não Sofia, temos uma semana, e vamos aproveitar da melhor maneira possível- disse minha mãe tão chateada quanto eu.Depois do jantar fomos conhecer Tóquio, tenho que admitir embora as luzes e os grandes prédios ofuscarem o brilho da lua...essa cidade é fantástica.Me faz ter pena de não poder pisar nesse chão por mais que sete dias.Andamos muito, conhecemos lugares incríveis e fomos dormir exaustos, mas com um enorme sorriso e uma máquina cheia de fotos.
Uma semana
Fazia frio e o vento forte roçava a pele de uma certa brasileira que passava suas férias no Japão, Sofia era uma menina dedicada e forte, amava o céu e nunca havia se apaixonado, mas a cada passo seu destino era traçado firmemente por mão rápidas, e o que a menina pensava ser apenas alguns dias de esquecimento seriam alguns fatos lembrados pelo resto da sua vida.
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